Sexta-feira, 24 de Abril de 2015

Luta de silêncios

Foi um embate de olhares, bruto e surdo,

Que lançou uma teia

E enjaulou a dança do tempo atando-a!

Pulsos e tornozelos…

Impedindo-os de se precipitarem num abismo sem fundo…

De desejos nunca antes pronunciados

E calados na secura de gargantas com nós…

Não fosse o eco das suas vozes quebrar a fina camada de luz que os separava…

A imagem dela reflectia-se no fundo dumas pupilas contornadas de verde esmeralda translúcido

E atravessavam-na de um lado a outro sem pedir licença para passar.

Lutavam quietos na esperança que um sopro rasgasse a calma fúria que lhes corria nas veias,

Envoltos apenas em fragmentos desfeitos e sem cor

De imagens com que não tinham sonhado,

E assim ficaram por outras três horas.

E depois esgotou-se a força que os segurava.

Soltaram-se as amarras e os sentimentos antes camuflados, 

Como um barco de velas colhendo ventos e sugando ares.

E esqueceram-se do resto…

Despidos de filtros e sem rodeios…

 

publicado por SRock às 10:49
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Segunda-feira, 10 de Março de 2014

...

Acordei para um sonho…

 

Eu tentei negar…

Juro que tentei…

Mas a luz do teu sorriso

Vagueou sobre as minhas sombras...

E arrastou-as para longe…

Aos poucos… Em sopros demorados…

 

Entreguei-me ao ritmo pulsante

De um rio agitado

Encontrando no fim do seu leito

Um mar despido de ventos e tempestades

Envolto no tom calmo

Do azul dos teus olhos

 

Respirei cada gota de chuva

Dançada numa praia

De versos escritos em areia molhada

Onde dois sorrisos rasgados

Ditavam um destino inesperado

 

Não era isto que tinha imaginado…

Apesar de ecos e vozes me sussurrarem

Entre nós que ainda me amarravam

Que um dia assim seria…

 

Tentei negar…

Mas depois percebi…

Acordei para um sonho…

publicado por SRock às 14:53
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Terça-feira, 2 de Abril de 2013

Fugiste daqui

Quando cheguei apenas o vazio

Nem o eco da tua voz

Nem o cheiro

Nem as sombras de nós

 

O som dos teus passos

Ainda se respirava no ar

O gesto dos teus olhos

Onde me queria aninhar

 

Fugiste daqui

E eu fiquei imóvel

Deitada no chão

 

Contei os nós da madeira

Do soalho que pisámos

E num sonho dei-te a mão

 

Escondi-me de mim

Por entre folhas soltas

E notas de música

Com letras revoltas

 

Rasguei-me da roupa

Que me prendia e sufocava

Dei um grito mudo

No silêncio que me inundava

 

Fugiste daqui

E eu fiquei imóvel

Deitada no chão

 

Contei os nós da madeira

Do soalho que pisámos

E num sonho dei-te a mão

publicado por SRock às 03:22
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Não sei quem quero ser…

Não sei se te quero

Muito, pouco ou nada

Por vezes desespero

Sinto-me amarrada

 

Presa ao que não tenho

Livre no que posso ser

Fecho o rosto num acanho

Calo a voz para me esconder

 

Não sei quem quero ser

Se adormeça despida de ti

Se me deva nos teus braços envolver

Se cante o teu nome que não esqueci

 

Não sei quem quero ser

A musa de quem te escondes

A deusa que te quer ter

Se atravesse tantas e tantas pontes

Para depois te perder

 

Segues em frente…

Nunca hesitas no teu caminho

E quando a tua pele perde o quente

Vens aquecer-te no meu carinho

 

E eu continuo aqui

Sem saber quem quero ser

E perco tempo a olhar para ti

E o dia está a amanhecer  

 

Não sei quem quero ser

Se adormeça despida de ti

Se me deva nos teus braços envolver

Se cante o teu nome que não esqueci

 

Não sei quem quero ser

A musa de quem te escondes

A deusa que te quer ter

Se atravesse tantas e tantas pontes

Para depois te perder

 

publicado por SRock às 01:16
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Segunda-feira, 1 de Abril de 2013

Por tudo...

Por tudo o que foi dito

Por tudo o que ficou no silêncio dos nossos lábios

Por todo o amor que te dei e recebi

Por toda a paixão que nos envolveu e devorou

Por tudo o que fica por fazer

Por cada passo que falta dar

Por toda a dedicação com que me entreguei

Por todos os momentos de carinho que partilhámos

Por todas as promessas por cumprir

Pelo orgulho que te cala os sentidos

Pelo egoísmo que te faz fingir que não sentes

Por cada sorriso que te arranquei

Por cada vez que ri e chorei contigo

Por cada vez que demos as mãos

Por cada raio de sol que acordou connosco

Por cada estrela que nos viu adormecer

Pela inocência que me fez acreditar

Pela inocência que te fez prometer

Pelo disfarce que te faz forte

Pela fraqueza escondida debaixo da tua firmeza

Pelo abraço que se sentiu sem se dar

Pelo beijo esperançado de um ‘até já’

Pelos poemas que te escrevi

Pelas músicas que nos ligaram

Pelo desejo…

Pela coragem…

Pela falta dela…

Por um caminho que fica por descobrir…

 

Por tudo… obrigada!

publicado por SRock às 01:25
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Terça-feira, 26 de Março de 2013

O que sinto…

Vou tendo assim

Pedaços soltos de ti

Que tento unir cada vez que te vejo

Que tento sentir cada vez que te beijo

 

Assim te vou respirando

Aos poucos… assim… devagar…

Sem saber como será o próximo segundo

Sem saber se te mudas para o meu mundo

 

Não te prendo nem te amarro

Quero que corras até te cansares

Nem sempre sei o que sonhas acordado

Nem sempre ilumino o lugar ao teu lado

 

Peço à lua que me conte tudo

O que lhe segredas com o teu olhar

Diz-me que se encandeia com o meu reflexo

Diz-me que é tudo demasiado complexo

 

E eu pergunto-me… muitas vezes…

Qual o desfecho que nós vamos ter…

Por mais que me esforce nada consigo ver

Por mais que me esforce não te consigo ter…

publicado por SRock às 08:14
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Terça-feira, 22 de Janeiro de 2013

Mesmo antes de acordar

Esta noite…

Por entre traços do teu cheiro

Que enchem cada poro

De uma pele manchada com o selo do teu beijo

 

Por entre gemidos…

Que ainda ecoam em mim

E me chamam e prendem

E me arrastam e colam a ti

 

Depois de te amar

Depois de te tocar com os olhos

Beber cada gesto do teu rosto

Olhar-te com as pontas dos meus dedos

 

Depois de me roubares para ti

Numa vontade incontornável

De ficares e não partires

Ou de me levares na tua sombra

 

No meio dum espaço sem tempo

Onde o ar é mais denso

E os sonhos nos confundem

Entre imagens a cores e preto e branco

 

Tacteei os lençóis… devagar…

Até onde o calor me chamava

Esperei tocar-te e sentir-te

E escaldar-me no teu corpo

 

Não abri os olhos…

Com medo de não te ver…

Mas sabia que estavas ali…

Enroscado nas teias do meu desejo…

 

E voltei a adormecer no teu colo

No embalo do ritmo do teu peito

No afago dos teus braços

Mesmo antes de acordar…

publicado por SRock às 08:08
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Sexta-feira, 21 de Dezembro de 2012

Caminho...

Quando as luzes desta rua se apagarem

E o sol também deixar de sorrir

Vou correr atrás do teu brilho

Como um tesouro… para me cobrir…

 

E se dele saltarem faíscas

Pedaços de fogo ou ilusão

Vou esconde-las bem lá no fundo

E forrar assim o meu coração

 

Debaixo de um céu púrpura

Nesta noite de névoa vestida

Encharco-me na chuva dos meus olhos

Que me deixa de alma despida

 

Caminho sobre fagulhas crepitantes

Que o vento apaga devagar

Caminho… não tenho medo

Vou em frente sem hesitar

 

E assim de alma renascida

Espírito desperto e coração atento

Vejo-te sem te olhar, sinto-te sem te tocar…

É feito de magia o meu pensamento…

publicado por SRock às 02:39
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Quarta-feira, 19 de Dezembro de 2012

Um desejo de Natal

Este Natal é meu desejo

Que te vistas de amor para mim

Que te possa encher de beijos

Que pintes a minha vida de carmim

 

Quero abraçar-te

Com estas asas do tom da tua pele

Olhar-te por dentro e por fora

Acariciar-te com dedos feitos de mel

 

Quero dizer-te ao ouvido

‘Vem, voa comigo e não me deixes mais…’

Sonho com a tua mão na minha

Atravessando dias dourados e vendavais

 

Pega-me ao colo e vamos dançar

Ao som da paixão que nos devora

Prende-me nos teus braços quentes

Derrete-me de prazer agora

 

E quando o sol da vida se puser

Mergulhando no mar num suspiro

Tudo afinal valeu a pena

Escrevemos com caneta de luz no nosso papiro…

publicado por SRock às 02:07
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Sexta-feira, 14 de Dezembro de 2012

Sonhos…

 

De novo acordei do sonho

E tu estavas lá…

Lembras-te?

 

Prometias-me um mundo

Solto de falsidade

Enrolado em dedos longos

De carícias sem ambições

 

Não te lembras?

Olhei-te e perguntei-te:

‘És real?’

Mas nem tu sabias a resposta…

 

Apenas me devoraste nos teus braços

Beijaste-me a testa…

E eu adormeci dentro do sonho…

E sonhei que estava a sonhar…

 

Lembras-te de me acordares?

Sussurraste-me num eco distante

E quando abri os olhos

Já nem a tua sombra vi…

 

Tinhas outro sonho

Do lado de lá do véu

Que nos servia de escudo

Apesar de ser feito apenas de sonhos…

 

 

publicado por SRock às 01:49
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