Costuma dizer o povo
Com a sabedoria que lhe é peculiar
No entanto a maioria
Vive como se fosse imortal
Preocupando-se com pequenos detalhes
Que não enriquecem
E apenas consomem tempo precioso
Acredito que apenas uma minoria
Pára, escuta e sente…
… A brisa que suavemente despenteia os cabelos
As gotas da chuva a rolar na pele
A areia molhada colada no corpo
Enquanto as ondas deslizam
Num embalo que adormece e envolve
Apenas alguns se perdem na magia
De contar as estrelas do céu
De dançar ao luar
De ver o seu reflexo no brilho doutros olhos
Apenas alguns provam o sabor do sal
Ao sentirem um arrepio com um toque
Ao gritarem contra o vento: ‘Amo-te!’
Ao darem e receberem um abraço
Que pára os ponteiros do relógio
Apenas alguns escrevem palavras na areia
Sem se preocuparem se de seguida
O mar vem e as leva para longe
A vida são dois dias…
Sentir o fervilhar
Do sangue que corre nas veias
A cada segundo que se escoa
É a verdadeira sabedoria
De quem sabe que esses dois dias
Podem trazer-nos o vermelho dum céu de Verão hoje
Ou a sede do deserto amanhã